A Garota que torturava
A Garota que torturava - parte II
A Garota que foi humilhada
A Garota que era psicopata
A Garota que era psicopata - parte II
O Garoto que amava
O Garoto que amava - parte II
A Garota que foi convidada
O Garoto que lutou
O Garoto que lutou - parte II
O Garoto que lutou - parte III
O Garoto policial
O Garoto policial - parte II
O Garoto que foi interrogado
O Garoto que foi interrogado - parte II
O Garoto que propôs
O Garoto que propôs - parte II
A Garota que se decepcionou
A Garota de cabelos ruivos
A Garota de cabelos ruivos - parte II
A Garota que foi incriminada
A Garota que foi incriminada - parte II
A Garota estranha
A Garota estranha - parte II
A Garota estranha - parte III
O Garoto policial - parte II
Ao chegar em casa, Hinata levou a filha até o banheiro e levou o corpo dela, logo depois a fez vestir um pijama confortável e a pôs na cama.

-Está com fome querida? - perguntou Hinata.

-Um pouco. - respondeu Mayu.

-Fique aqui descansando enquanto eu preparo um jantar pra você.

Hinata saiu do quarto, fechou a porta e foi para a cozinha.

Mayu estica o braço e abre uma das gavetas do criado-mudo. De lá de dentro ela retira um papel. Era uma carta que seu pai havia a enviado no aniversário de 6 anos dela, alguns dias antes da morte de Ken Yamazaki, o pai dela. Mayu lia aquela carta todos os anos em seu aniversário para lembrar de seu pai. Ela começa a ler:

"Minha preciosa filha...

...hoje, há exatamente 6 anos, minha vida ficou um pouco mais fofa e eu ganhei outro propósito na vida. Hoje você é o meu maior tesouro e uma das minhas duas mulheres que eu me dedico em tempo integral. No dia de hoje eu não posso estar com você mas eu sei que você está aqui comigo no meu coração. Gostaria de te dar o sol, a lua e todas as estrelas, gostaria de escrever o seu nome no céu para que o mundo saiba o quanto eu te amo, mas infelizmente o seu velho pai não pode fazer tal façanha, a não ser te dar um ombro pra chorar nos momentos tristes, estar com você nos momentos felizes, te apoiar nos momentos difíceis e te dar a certeza de que não importa o quão solitária você se sinta, você nunca vai estar sozinha pois eu estarei sempre com você, ao seu lado ou no seu coração.
Sei que algumas vezes vou ficar bravo com você, sei que vou gritar quando você trouxer um namorado, vou chorar com você, vou sorrir com você, vou ficar em casa acordado me preocupando porquê você foi a uma festa, mas farei isso porquê eu te amo, não importa o que aconteça... Eu te amo.
Feliz aniversário Mayu! Que o dia de hoje seja eternamente especial para você! Espero te encontrar novamente para te abraçar e ver novamente o seu lindo sorriso que me enche de alegria.

                Atenciosamente, Ken Yamazaki, o seu papai"

Mayu se emocionou e derramou suas lágrimas em cima do papel. Ela sentia muita falta do seu pai e achava que tudo seria diferente se ele ainda estivesse vivo.
Mayu guardou a carta de volta na gaveta e de lá mesmo ela tirou um pano branco. Ela subiu na cama e pegou sua espada katana da parede. Ele se sentou na cama começou a passar o pano na lâmina.
Mayu olhou seu reflexo na lâmina da espada e começou a chorar novamente, deixando suas lágrimas caírem sobre a lâmina. Por impulso, ela apontou a espada para o seu pescoço pensando em se matar ali mesmo, mas por algum motivo ela não conseguia cortar sua garganta. Mayu se levantou enfurecida, correu até a porta e começou a golpear a espada contra a porta de madeira. Cada golpe deixava uma marca. Mayu golpeava e gritava cada vez mais alto. Hinata estava na cozinha e ouviu ruídos vindos do quarto da filha. Ela correu ate lá para ver o que estava acontecendo.
Mayu esrava pronta para dar o último golpe com toda a força, mas no momento em que ela iria golpear, sua mãe abriu a porta. Mayu se conteve antes que pudesse acertar a mãe. Hinata se assustou e deu um passo para trás ficando contra a parede do corredor e deixando um prato que ela tinha em mãos cair e se despedaçar no chão. Hinata viu sua filha segurando aquela lâmina afiada com um olhar penetrante e ao mesmo tempo encharcado de lágrimas.

-Mayu... Filha... Larga essa espada... - disse Hinata.

Mayu joga a espada no chão e corre para abraçar a mãe.

-Eu quero morrer! - disse Mayu, chorando.

-Filha... Não diga isso... Eu não quero que você morra! Eu preciso de você! - disse Hinata, abraçando e chorando junto com a filha.

O coração de mãe da Hinata estava estraçalhado, despedaçado, e ela não tinha idéia do que fazer a partir daquele momento.

© Deivid Silva,
книга «Mayu».
O Garoto que foi interrogado
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