Rebeldia
Flor e Espinho
A vida acontece dentro do guarda-roupa
Presente
O que eu fiz pra ser amada?
Nó na garganta
Flor e Espinho
A vida me fez flor e espinho
para sobreviver às adversidades.
Não sou pisada,
tripudiada ou retirada,
sem eu antes arranhar.
Quando você me procura,
espera que eu seja sempre flor,
mesmo que me trate
com despeito e opressão.
Quer me prender em um vaso,
me isolar, me fazer minoria.
Você não se importa como eu me sinto.
Acha que minha vida é só lhe satisfazer...
bela, recatada e do lar.
Não quer que eu desabroche,
cresça, floresça,
faça acontecer.
Incomoda o que eu possa ser
se não sou o que você espera.
Me violenta sua tesoura de poda:
retira meus espinhos e os joga fora
para que eu sirva de exemplo.
Esqueceu que as flores nascem no campo?
São de batalha,
se espalham,
são resistência.
A cada vez que você acha que vence,
eu deixei minha semente.
© Talita Coelho,
книга «Retorno de Saturno».
A vida acontece dentro do guarda-roupa
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