A Garota que torturava
A Garota Humilhada
A Garota Psicopata
O Garoto que amava
A Garota Humilhada
 Após mais um longo dia de aulas, finalmente o último sinal do dia havia tocado. Para Mayu era um alívio ir para casa, pois a sua residência era 100% sem Haruka.
Mayu conhecia Haruka e estudava com ela desde que se conhecia por gente, e desde sempre Haruka aprontava com ela. Tudo isso começou como brincadeiras imaturas de criança no jardim de infância, mas com o tempo isso se tornou bullying, e todos os dias Haruka aprontava das suas com a Mayu, e a Mayu todos os dias aguentava tudo calada.
Talvez o motivo da Yamazaki ser tão insegura e se sentir inferior a todos seja tantos anos de sofrimento.
As vezes Mayu se perguntava como alguém tão rico como o pai da Haruka deixava a própria filha estudar em um colégio público aleatório. A resposta era simples. O Sr Nishizawa tinha dinheiro pra colocar a filha no melhor colégio particular do país, mas a Haruka insistia em ficar na mesma escola que a Yamazaki porquê depois de tantos anos, atormentar ela se tornou um hobbie para ela, que acabou levando a Akari e a Sakura para o mesmo caminho.
Era por volta dás 17h30. Todos na turma estavam guardando suas coisas em suas bolsas ou mochilas para irem para suas casas. A luz laranja do sol do fim de tarde iluminava toda a sala. Todos já tinham saído da sala, exceto Mayu e Haruka, esta última ficando lá de propósito.
Mayu estava fechando sua bolsa quando a Haruka apareceu e colocou uma pilha de papéis sobre a carteira da jovem.
-Desculpe, você não vai embora agora. - disse Haruka, com cara de séria.
-Ahn? M-Mas por quê? - perguntou Mayu confusa.
-Como você sabe, há alguns dias atrás se iniciou o ano letivo, e como é de costume, os nossos colegas de turma apresentaram suas propostas de clubes para depois da aula. Essa escola tem a tradição de deixar os representantes de turma opinarem nas propostas. E é aí que você entra. Você vai ficar aqui e avaliar as propostas e classificá-las como boas, aceitáveis ou ruins. Depois que terminar leve os papéis para a direção para que a gestão da escola melhor avalie as propostas, é claro, levando em conta a sua opinião.
-Mas esse é o trabalho da líder da turma! O seu trabalho! - Mayu insistiu.
-Eu sei Mayuzinha, mas no momento eu tenho um compromisso urgente que não pode ser adiado. Como você sabe, sou herdeira de uma grande marca e tenho minhas responsabilidades. Eu até faria isso depois mas o prazo para a entrega dos papéis é até hoje.
-Mas eu não posso fazer isso, tenho consulta com o psicólogo daqui a pouco!
-E o que você acha que vale mais? Ir a uma consulta com um psicólogo ou gerenciar um negócio multi milionário que pode implicar na economia da cidade?
-Haruka, é sério, eu não posso ficar! Por quê você não pede para outra pessoa?
-Porquê caso você não tenha notado, todo mundo já foi embora e só sobrou você! Se você está com tanta pressa faça isso rápido, porém direito! Eu não quero saber de desculpas! Como integrante mais inteligente da turma você tem que dar sua contribuição em prol dela como todos! Você vai fazer isso ou não?!
-Sim...
-Como é? Não ouvi!
-Sim senhora...
-Muito bem, cachorrinha. - Haruka acaricia carinhosamente a cabeça da Mayu, que estava cabisbaixa e preocupada com o horário - Se continuar obediente talvez eu te dê um biscoito na próxima.
Haruka pega sua bolsa e sai da sala.
Mayu se sentou novamente em sua carteira foi analisando as propostas o mais rápido possível.
-Clube de teatro... Bom, clube de natação... Vai ser difícil conseguir a piscina mas é bom. Nossa... Clube de ciclismo? Ruim, eles podem fazer isso lá fora. Clube de salto com vara? Arriscado mas aceitável.
Após terminar de avaliar cada uma das propostas, Mayu foi correndo deixar os papéis na diretoria, mas ao chegar lá não havia ninguém, então ela deixou as avaliações sobre a mesa do diretor e foi correndo de volta para casa.
Para cortar caminho, Mayu passou por uma praça arborizada, onde ela quase não acreditou quando viu Sakura, Akari e Haruka tomando sorvete juntas. Mayu foi até elas para ver o que estava acontecendo.
-Haruka...? Você não disse que tinha um compromisso urgente? -perguntou Mayu.
-Pois é, as meninas saíram da escola antes de mim e compraram meu sorvete. Só que eu demorei e elas me ligaram avisando que ele estava derretendo então eu corri urgentemente pra cá.
-Mas... E aquelas propostas?
-Fala daqueles papéis? Eles não servem pra nada. Foram propostas do ano passado que foram negadas. São inúteis.
-Mas então...?
-Eu só queria que você perdesse seu tempo! Eu sabia que você estava com pressa então mandei a Sakura pegar as propostas negadas do ano passado de dentro da gaveta de arquivos da escola e te dei para te atrasar.
Mayu fez cara de triste e quase chorou.
-Olha só, minha cachorrinha vai começar a chorar. - risos.
Os olhos da Mayu se encheram de água. A jovem fez de tudo para não chorar, mas ela não conteve uma lágrima que desceu do seu olho direito.
-Haruka, você fez a coitadinha chorar. - ironizou Akari.
-Vocês são muito más... - disse Mayu, ainda tentando segurar as suas lágrimas.
-Cala a boca sua inútil!!! Já cansei de ouvir essa sua voz de merda! Já te falei pra se calar e aguentar tudo em silêncio como sempre! Você reclama de tudo, por isso não tem amigos! Ninguém te ama! O máximo que você consegue dos meninos é ser um bode expiatório na hora da masturbação! Você só existe pra estar nos pensamentos pervertidos dos outros, porquê na real ninguém te quer! Tenta pagar de boazinha fazendo os deveres e ajudando os estudos dos outros e nem recebe um "obrigado"! Você só vive pra fazer o que os outros mandam! Parece até uma cadela adestrada! Cadela!
-Cadela! - disse Sakura.
-Cadela! - gritou Akari.
As três continuaram a dizer e gritar o insulto repetidas vezes até a Mayu não conseguiu segurar as lágrimas e começou a chorar em praça pública.
Mayu não queria estar lá. Ela estava sendo humilhada na frente de quem quisesse ver.
Sem dizer nada ela saiu correndo de lá. Ela continuava chorando enquanto suas lagrimas eram arrancadas do seu rosto pelo vento.
Ela chegou em casa aos prantos, abriu a porta, correu para o seu quarto escuro e se jogou na cama tentando abafar seu choro com o travesseiro.
Hinata viu sua filha correr para o quarto e foi atrás dela para saber o que houve.
-Mayu, porquê demorou? F-Filha...? Por quê está chorando...?
Hinata se sentou na cama e abraçou sua filha.
-Mayu, me conta o que aconteceu...!
-Não foi nada... - disse Mayu, enxugando suas lágrimas com o braço.
-Claro que ouve! Olha pra você! Está molhada em lágrimas!
-Não foi nada! - Mayu insistiu.
-Que droga Mayu! Viu só, é por isso que eu vou te levar no psicólogo! Toda vez você chega em casa chorando e nunca me diz o que está acontecendo! E toda vez me parte o coração te ver assim! Filha, eu te amo e me preocupo com o seu bem estar, mas se você não me contar o que está havendo eu vou ficar com o coração na mão preocupada com você! Você é o maior tesouro que eu tenho e eu daria tudo pra te ver sorrir ao menos uma vez! Eu durmo rezando pra que você seja feliz, que tenha amigas, que tenha um namorado, e as vezes até choro por te ver assim triste...
Mayu começou a chorar novamente e abraçou sua mãe.
-Por favor, mãe, não chore por mim! Eu estou bem, eu juro!
-Não Mayu... Não está.
Hinata se levanta e caminha para fora do quarto.
-Tome um banho e se arrume logo porquê estamos atrasadas. - disse Hinata.
© DeividPSilva,
книга «Mayu».
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